sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Felicidade é saúde!

Cada vez acredito mais na relação entre a saúde e o estado emocional das pessoas. Sinto isso nas pessoas que me cercam mas sobretudo em mim. Eu não fico doente nunca, não sou de ficar gripada, não tenho mal estar nem quando como aquele iogurte vencido, verdade seja dita...eu nem reparo na validade antes de comer. Então quando me apareceu um nódulo no pescoço, a pressão subiu, a balança quebrou e eu comecei a desconfiar que era alérgica de tanto resfriado e indisposição...a família toda pegando a conjuntivite da creche do pequeno...naquele momento tive certeza: caramba, tem alguma coisa muito errada em como estou me sentindo nesse momento. E quando logo a seguir tem alguém realmente doente a sua volta, de quem você quer cuidar, quer que fique bem, a saúde se mostra o bem mais precioso que se pode ter, embora a gente saiba que quando tem não dá o menor valor. Nessa hora, impossível avaliar o que surgiu primeiro, se a infelicidade evidente de quem está se sentindo no olho do furacão ou se o mal estar generalizado que ameaça tomar conta do pedaço. Acho que todo mundo vive momentos assim, mas cada um a sua maneira. Eu não sei ser infeliz. Nunca soube. Não pretendo aprender. Mudo tudo se precisar, boto tudo pra fora do armário, mas eu mesma não me aguento se estiver infeliz. Insatisfeita já acho complicado, mas infeliz eu realmente não consigo ser por muito tempo. E não adianta pedir conselho, se abrir com a amiga, pelo contrário, quanto mais opinião pior fica, especialmente porque na hora h nem sempre recorremos à pessoa certa. Até porque ninguém pode resolver a tua vida, cada um está lutando para resolver a própria, que afinal não está fácil pra ninguém...
A única coisa que funciona (para mim, pelo menos) é parar tudo e olhar pra dentro; se perguntar o que me faria feliz nesse momento; olhar para o que realmente desandou, como e porque desandou...ver as pessoas e as situações como são agora e aceitar que o ideal nem sempre é possível, reduzir expectativas e analisar o custo benefício de cada relação para transformar a insatisfação crescente em fonte de renovação. 
Conviver com quem te faz bem, comer o que te faz sentir bem, celebrar a alegria do hoje, aproveitar o tempo junto daqueles que mais ama, dar o melhor de si naquelas relações em que a recíproca é verdadeira, retomar hábitos que sempre foram prazerosos, se cercar do que te dá forças para seguir, se reconectar com o divino que habita a cada um de nós, buscando nele o equilíbrio que nos falta naquele momento. Para mim, essa é a receita.
E, de repente, a felicidade que brota de nos cercarmos do que faz tão bem...cura todos os males, a vida vai se encarregando de botar tudo em ordem, todos sobrevivem. As situações a nossa volta já se mostram bem mais simples, porque escolhemos não lutar contra o inevitável e nos adaptar às transformações. E quando você dá um basta, as pessoas ao seu redor também se adaptam. A coisas na vida não são estáticas, tudo muda e eu também preciso mudar em muitas formas de lidar com elas, mas a seleção quem faz sou eu. O que fica e o que vai pra nunca mais sou eu que determino, porque é a minha vida. E o equilíbrio tão inatingível começa a parecer mais próximo. 
E passada minha explosão transformadora, pegar um livro com o título "Felicidade Incurável" parece até piada, mas parecia que o Carpintejar estava escrevendo sobre situações boas e ruins do meu último ano, minhas idas e vindas no amor, minhas buscas, minhas retomadas, minhas insatisfações e faxinas na alma, minhas alegrias e angústias reunidas sob um ponto de vista que não era exatamente o meu, porque o autor era um homem e isso muda um pouco as coisas.
Acho impossível não se identificar com o livro, é sobre o cotidiano, sobre amor, sobre crises, sobre a vida a dois, a três, a quatro, sobre as famílias, de uma forma muito bem humorada, mostrando que todo mundo passa por dilemas parecidos e cada um precisa encontrar sua saída de emergência, mas até para sair de uma situação difícil é preciso estar bem, olhar para si com bom humor, rir do que passou e se permitir ser feliz, de novo. Temos todo o tempo do mundo para mudar...a eternidade se for preciso, só não precisa ser tão sofrido...
O livro é editado pela Bertrand Brasil, vale a leitura!
Vai ficar aqui na minha cabeceira, just in case!