terça-feira, 31 de maio de 2011

Romance - Nora Roberts

  No meu aniversário só uma coisa é certa: alguém vai me dar um livro. 

  Por que será??!! hahahahahaha...

  Neste ano, claro, a regra se manteve: ganhei um livro da minha irmã, Priscilla, que eu amo de paixão! O problema é que ela não compartilha meu gosto pela leitura e sempre ouve minhas conversas com a mamãe, assim meio ao longe, como se não participasse delas...resultado: ouviu o galo cantar, mas não sabia onde! Falamos alguma coisa sobre romances e pronto: o estrago estava feito, ela entendeu que eu adoraria ganhar um livro da Nora Roberts! Lá foi ela, toda feliz, no dia 09/04, com meu presente em mãos (crente que estava abafando!), que nas palavras dela: "É um lançamento daquela autora que você adoraaaaaaaa!!!!" 

Eis que se tratava de um romance da Nora Roberts, recém-editado pela Harlequin, chamado: "Fora da Lei". 

  Eu já tinha lido uns 3 romances dela há uns seis anos atrás, mais ou menos quando estava terminando a faculdade. Amante do gênero que sou, quando bate aquela vontade escapista de ler qualquer coisa que não tenha a palavra "Direito" no título, recorro primeiro aos romances, desses bem animados, fúteis ou picantes, beirando os eróticos! Todos muito divertidos!!! Enfim, num momento de crise comprei os 3 livros e devorei no fim de semana...não que fossem muito bons, mas porque eu precisava MUITO desestressar naqueles dias...

  Cataloguei a autora na pasta das "muito melosas, com pouca imaginação para cenas amorosas e péssimos diálogos". Nunca mais li nada dela e ponto final.

  Como não troco livros (por princípio, leio tudo que ganho...sabe como é, nada é por acaso!), tive que encarar o "Fora da Lei". Claro, depois de cair na pele da minha irmã (dizendo que ela não entendia nada de romances) e rir muito contando a cena do presente para a minha mãe! Foi ótimo!!!

  Que surpresa... o livro começou com a entediante chegada de uma mocinha do leste ao árido oeste dos E.U.A, em plena corrida pelo ouro. Ela é chatinha e fica desolada ao saber que o pai morreu escavando uma mina de ouro...até aí, tudo bem, nada demais. Agora, quando ela é salva de um ataque indígena por um mercenário, meio apache, forte, alto, moreno, corajoso, despudorado, atrevido e super-protetor, aí sim, o livro despertou minha atenção. Para minha tristeza, as descrições deste personagem tão interessante deixaram a desejar, assim como as cenas em que ele entra em ação, por assim dizer, que poderiam ser bem mais quentes...mas confesso que fiquei uma tarde inteira super distraída lendo as aventuras deste pistoleiro interessante no Arizona de 1875. Para quem busca diversão em um enredo bem água com açúcar, esta pode ser uma boa opção, principalmente, porque o cenário no estilo faroeste do livro puxa pela nossa imaginação e nos transporta aos filmes do John Wayne. Se você curte o estilo...vai se dar bem nesta leitura!

  Pri, eu realmente adorei o presente, falando sério!!! Obrigada, fofa!!



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terça-feira, 24 de maio de 2011

Fonte viva!

  Toda vez que uma situação difícil se apresenta, em busca do equilíbrio perdido, recorro a este livro: Fonte Viva, ditado pelo espírito Emmanuel e psicografado por Francisco Candido Xavier, editado pela FEB. Ele vem sempre em meu socorro com as palavras certas para os momentos mais incertos... Hoje compartilho a mensagem da página 39, por ser esta a única leitura possível nesta semana:

"ERGAMO-NOS

"Levantar-me-ei e irei ter com meu pai..."  - (Lucas, 15:18)

    Quando o filho pródigo deliberou tornar aos braços paternos, resolveu intimamente levantar-se.
    Sair da cova escura da ociosidade para o campo da ação regeneradora.
    Erguer-se do chão frio da inércia para o calor do movimento reconstrutivo.
    Elevar-se do vale da indecisão para a montanha do serviço edificante.
    Fugir à treva e penetrar a luz.
    Ausentar-se da posição negativa e absorver-se na reestruturação dos próprios ideais.
    Levantou-se e partiu no rumo do Lar Paterno.
    Quantos de nós, porém, filhos pródigos da Vida, depois de estragarmos as mais valiosas oportunidades clamamos pela assistência do Senhor, de acordo com os nossos desejos menos dignos, para que sejamos satisfeitos? Quantos de nós descemos, voluntariamente, ao abismo, e, lá dentro, atolados na sombria corrente de nossas paixões, exigimos que o Todo-Misericordioso se faça presente, ao nosso lado, através de seus divinos mensageiros, a fim de que os nossos caprichos sejam atendidos?
    Se é verdade, no entanto, que nos achamos empenhados em nosso soerguimento, coloquemo-nos de pé e retiremo-nos da retaguarda que desejamos abandonar.
    Aperfeiçoamento pede esforço.
    Panorama dos cimos pede ascensão.
   Se aspiramos ao clima da Vida Superior, adiantemo-nos para a frente, caminhando com os padrões de Jesus.
     - Levantar-me-ei, disse o moço da parábola.
     - Levantemo-nos, repitamos nós."


  Que Deus dê a cada um de nós as forças necessárias para levantarmos uns aos outros, afinal, acho que é esse o melhor modo de concretizar o amor ao próximo. 

  Dias melhores virão!



domingo, 15 de maio de 2011

Lendo sobre o caminho de Santiago



Tendo em vista a proximidade de minhas férias (uhhhuuuu!!!), a ansiedade (minha velha conhecida) bate à minha porta, claro! Para mantê-la sob controle vigiado não tem outro jeito a não ser ler tudo a respeito do meu próximo destino, assim ela se distrai e pára de me atormentar! Eis que dia 24 de junho embarco para Madri e, depois de dois dias (para me refazer do jet lag, porque também sou filha de Deus!), vou de trem para Pamplona e, de lá, pego um ônibus para Roncesvalles. Isso porque nesta pequena cidade, bem perto da fronteira entre Espanha e França, terá início o meu caminho de Santiago. Digo “meu”, assim meio possessivo, porque ele é assim mesmo, pessoal e intransferível...cada um faz o seu, partindo de inúmeros pontos, através de pelo menos cinco rotas diferentes (pelo que sei existem: o caminho francês, português, aragonês, rota primitiva e rota da prata). Devo ressaltar que cada uma destas opções tem atrativos muito peculiares e só a escolha de por onde começar e que rota seguir já foi um parto, porque meu lado turista profissional queria ver tudo, passear por todos os lugares, conhecer todas as rotas, o que por motivos óbvios seria impossível...a menos que a presidenta Dilma resolva dar a todo servidor público uns seis meses de férias! E seria pouco...hahahaha. Bem, além da limitação temporal havia também um fator muito relevante na minha escolha: a distância a ser percorrida. Acho que esqueci de mencionar que o caminho deve ser feito a pé, pois é, andando, passo a passo, sem trapacear (nada de ônibus, carona, etc...), afinal, é uma peregrinação religiosa em busca de autoconhecimento, então, em última análise, não tem cabimento trapacear, porque seria mentir para si mesmo. Depois de considerar todas as opções, decidi: vou fazer o caminho francês, a partir da primeira cidade espanhola - foi assim que cheguei a Roncesvalles! - Então, terei pela frente mais de 700km de caminhada, a serem percorridos em 28 dias (no máximo!), no auge do verão espanhol (temperatura média 38 graus). Não estou bem certa de que esta foi uma sábia decisão, mas acho que vou descobrir em breve... Por outro lado, tenho praticamente certeza de que esta é a melhor coisa que poderia fazer por mim, pelo menos isso, né?! Rsrsrsrs... Sei disso, porque conheço esse caminho de outros carnavais, desde uns quinze anos, mais ou menos, quando minha mãe resolveu fazer aulas de tarot e a professora ( muito querida, tia Miriam)  promoveu uma palestra sobre o assunto com um de seus alunos que já tinha andado por lá. Resumindo: fui de incherida e adorei, fiquei seduzida pela aura de mistério que envolve esse caminho percorrido desde o séc. XII por milhares de pessoas, até alguns santos, como São Francisco de Assis. Naquele momento, o caminho representava minha sonhada liberdade, meu ímpeto aventureiro muito contido pelo cabresto do meu pai (salvo uma ou outra escapada que ele nem desconfia...hihihihi), enfim, a mulher que queria me tornar, mas não sabia como. Hoje, percebo que naquele momento não faria o caminho pelos motivos certos e sou grata por estar diante dele só agora, quando percebo nesta rota um significado muito maior que minha autoafirmação. Sinto que ele pode resgatar em mim aquela centelha divina que todos carregamos, mesmo que escondida sob tantas camadas de verniz social, de stress pela busca do próprio sustento e das preocupações tão superficiais com a aparência. Penso que há um determinado ponto da vida em que somos convidados a desenvolver novas virtudes, como se ela nos cobrasse um retorno do muito que nos oferece. Um convite assim é, simplesmente, irrecusável. Quando Jesus nos diz buscai e achareis, ou no dizer de Sócrates “conhece-te a ti mesmo”, espera algo mais de cada um de nós do que apenas um reflexo de costumes e convenções sociais. Cada pessoa é responsável não apenas pelo que cativa, mas pelo futuro do nosso planeta. Como modificar o exterior, sem reformar o interior? Em busca da minha reforma íntima, da tarefa que me cabe neste mundo, daquilo que ainda preciso aprender para me tornar um ser humano digno da vida que pretendo levar, lá fui eu...procurar mais informações sobre esta rota de peregrinação. 
Muito já foi escrito a respeito do caminho de Santiago. Minha pesquisa, para início de conversa, teve como princípio básico o ditado do momento: o Google é meu pastor e nada me faltará!! Por ele cheguei ao site www.caminhodesantiago.com, conheci a associação brasileira dos amigos do caminho de santiago (fui a algumas reuniões na Casa de Espanha) e, claro, achei livros e mais livros sobre o tema. Aliás, aproveito para lembrar que o site disponibiliza apostilas cujo download é gratuito e que são super úteis, por serem bem mais objetivas que qualquer livro. E aí vai minha bibliografia que, desde já, recomendo para futuros peregrinos:

SHARP, Ana, A Magia do Caminho Real, 8a. Edição, Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

VELOSO, Guy, Via Láctea: pelos caminhos de Santiago de Compostela, 5a. Edição, São Paulo: Sedna, 2007.

TORRES,  Marilu, Santiago de Compostela via Portugal, 2a. Impressão, São Paulo: Panda Books, 2007.

KERKELING, Hape, Volto Já: minha viagem pelo caminho de Santiago de Compostela, São Paulo: Manole, 2009.

REIS, Sergio, O Caminho de Santiago: uma peregrinação ao campo das estrelas, 10a. Edição, Porto Alegre: Artes e Ofícios, 2008.

LEFERR, Campo das Estrelas, Petrópolis: Catedral das Letras, 2006.

SINGUL, Francisco, O Caminho de Santiago: a peregrinação ocidental na Idade Média, Rio de Janeiro: EdUERJ, 1999.

RIPOLLI, Lairton Galaschi, Santiago de Compostela: Manual do Peregrino, Porto Alegre: Artes e Ofícios, 2008.

Escolhi estilos bem variados, sendo os quatro primeiros verdadeiras autobiografias, ou seja, narrativas do ponto de vista muito pessoal de quem já fez o caminho ou parte dele, no estilo mochilão mesmo. 
O livro do Guy Veloso traz as fotos tiradas pelo autor ao longo do caminho, o que considero um plus, porque adoro fotografias de paisagens e as dele sāo muito lindas. Os livros do Sergio Reis e do Leferr, apesar de também serem baseados na experiência pessoal de cada autor, trazem mais informações práticas, além de uma descriçāo detalhada sobre os lugares e pontos históricos por que passaram, o que me foi super esclarecedor em alguns pontos (eu tinha muitas dúvidas quanto às distâncias entre os albergues, a viabilidade de atendimento médico e transportes alternativos durante o caminho que acabaram sendo respondidas nestes livros pelos episódios vivenciados ou testemunhados pelos autores) . O livro do Francisco Singul é uma aula de história e, confesso, tive dificuldade de terminar porque achei cansativo, com uma linguagem bem rebuscada, enfim, um estudo do ponto de vista antropológico sobre esta tradicional peregrinação realizada desde a Idade Média, explicando o seu surgimento, a motivação dos peregrinos, a importância do caminho no contexto religioso da época e o que levou à construção da Catedral de Santiago de Compostela. Por fim, o livro do Lairton é o mais indicado para aqueles que buscam informações rápidas, porém precisas sobre como chegar, condições climáticas, equipamento, despesas, albergues, etc... 
Quem já ouviu falar do caminho de Santiago na mídia, em geral, deve estar se perguntando sobre o famoso livro do Paulo Coelho, "O Diário de um Mago", escrito logo após a sua jornada pela Espanha, que gerou toda uma aura de mistério que o autor gosta de cultivar. Este foi o livro que li por último (terminei esta semana), não por acaso, mas sim porque tenho um certo bloqueio com este autor (o que confesso com uma certa vergonha, já que adoro declarar aos sete ventos que sou uma leitora sem preconceito algum…). Há alguns anos, li "O Alquimista" e achei a mensagem bacana, mas nada que compense ler páginas e mais páginas de uma narrativa lenta e repleta de construções questionáveis. Não vou ficar tecendo comentários sobre erros de ortografia ou gramaticais, porque o português perfeito não é o que mais prezo em um livro, nem tenho competência no assunto para atirar a primeira pedra, mas vou direito ao ponto: a temática. Quem, como eu, esperava ler um livro sobre o caminho acaba de ler meio decepcionado, porque este é apenas um cenário para a conquista de um novo grau de compreensão do autor sobre suas aspirações como membro de uma Tradição religiosa da qual faz parte. Ele faz o que chama de " Estranho Caminho de Santiago" guiado por um mestre desta Tradição, no intuito de encontrar a sua espada (um símbolo de ascensão dentro desta Tradição), sendo que para isso recebe os ensinamentos sobre as práticas de RAM, capazes de melhorar a forma como se relaciona com as energias a sua volta, facilitando a sua busca. Acho que minha maior decepção foi perceber que o caminho em si não era o objetivo da jornada, mas algo que pretendia localizar nele… Quase chorei quando ele achou a bendita espada no Cebreiro e tomou um ônibus para Santiago. O livro terminou e ele não fez a parte do caminho que eu acho mais interessante… para mim a história ficou incompleta. Bem, esta foi a minha humilde percepção do livro. No fim das contas, ele me passou a mesma sensação do escrito pela Shirley Maclaine ("O Caminho: Uma jornada do Espírito", da Editora Sextante), parecia que eu estava lendo um estilo literário meio surreal entre a ficção e a autoajuda, em que os propósitos da peregrinação pareciam ir muito além do autoconhecimento através da realização deste caminho. Muito embora estas obras tenham contribuído muito para divulgar a existência desta rota e, portanto, para mante-la viva, fico me perguntando se não induzem as pessoas a uma peregrinação em busca de revelações que não necessariamente acontecem para todos e que talvez fujam da motivação original dos primeiros peregrinos. Penso que revelações acontecem em todo momento, em qualquer lugar, basta ter "olhos para ver e ouvidos para ouvir", não é preciso buscá-las, mas também acho que, seja lá porque motivo for, a realização deste caminho nunca deve ser em vão, algo tão diferente sempre contribui com algo novo em nossas vidas.
O certo é que mesmo lendo muito e pesquisando documentários sobre o assunto as dúvidas que me restaram são aquelas que só posso sanar lá: Serei capaz de andar tanto (uns 30km/dia)? Será preciso algo mais, além do preparo físico, para conseguir chegar a Santiago? O que aguento carregar em apenas uma mochila? O que é indispensável para minha sobrevivência? Até aonde vai a minha capacidade de me adaptar? Será que é mesmo uma questão só de fé? 
Catedral de Santiago de Compostella - foto publicada no Blog "As minhas viagens" de Maria Barros e Diana Gomes


Por enquanto,  esta me parece uma oportunidade de ter um tempo apenas para conhecer a mim mesma; uma chance de repensar meus objetivos, de redescobrir o que realmente me faz feliz, de entrar em contato com meus medos e minhas esperanças, de ouvir o que há de mais divino em cada ser humano: a própria consciência ou intuição. Quem sabe se nesta peregrinação consigo modificar  aquilo que ainda me afasta do verdadeiro caminho do bem??? Espero que sim…

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Lavando a alma nos livros!!

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(GIF - imagens em movimento)

Dizem que uma imagem vale mais que mil palavras...bem, para ser sincera, eu sou do time das mil palavras! 

No entanto, gostei tanto do que essa animação me transmitiu que resolvi passar adiante! Voltando do trabalho, feliz da vida, peguei meu livro e pensei como me sinto de alma lavada lendo... (acho que só sinto paz semelhante quando estou na praia vazia em plena quarta-feira, depois das 16h, já me aconteceu, mas é muito raro!). Que sensação inebriante, deixar a chuva de palavras nos invadir de sentido, atordoando preconceitos, relembrando momentos, concatenando idéias, inundando vazios, enfim, nos transformando em pessoas melhores. 

Imagem retirada do blog "A biblioteca de Raquel", da Raquel Cozer, no site do Estadão. (adoro!)

No fundo, confesso, também estava doida para testar um post com imagem, agora já sei como fazer para dar certo! A melhor técnica de aprendizado para mim continua sendo a lusitana:  a das infinitas tentativas até funcionar... Sou o orgulho da dupla nacionalidade, o laço Brasil-Portugal em pessoa, graças a Deus! hahahaha...


Domínio Público!

Hoje vou estrear o estilo fast post só para dar uma super dica que recebi por e-mail da minha tia Maria e que pode ser útil para todos. Há algum tempo já tinha ouvido falar deste site do governo disponibilizando algumas obras que já caíram no domínio público, mas por pura preguiça não tinha acessado ainda, quando recebi o e-mail da minha tia, hoje de manhã, finalmente fui conferir e adorei! Eis que há uma sessão com a obra completa de Machado de Assis (que saudade, desde a escola não sei por onde anda meu "Dom Casmurro"!). Dá para fazer o download e ler no seu laptop, IPad, IPhone, tabs e androides diversos... então, não tem motivo para não ler! Achei a dica excelente, inclusive, para quem tem filhos na fase escolar, pois é uma ótima fonte de pesquisa para os trabalhos de literatura! Para quem gosta de poesia, tem coisa melhor que Fernando Pessoa? A obra completa destes e outros grandes autores gratuitamente ao acesso de um clique, é por aí que tem início a democratização da cultura! Achei tão bacana que não resisti e resolvi postar correndo. Visita lá: http://www.dominiopublico.gov.br/ e depois comenta aqui!

Boa leitura!!

domingo, 8 de maio de 2011

Feliz dia das mães!!!

Carta às mães:

Afinal, o que é esse tal de instinto maternal? O que é que faz de algumas mulheres tão mães?? O ato de gerar a vida não tem nada a ver com isso, meu questionamento está muito além do mundo físico... o que me pergunto é o que transforma uma mulher em mãe, aquele ser devotado à felicidade de um outro ser, que pode ter sido ou não gerado por ela. Genitora é um conceito simples e matemático como 1+1=2, mas maternidade é uma noção bem diferente. Andando pelo mundo, neste dilema feminino do séc. XXI: filhos, ter ou não ter, eis a questão!, me deparei meio sem querer com a imagem da Pietá (que na minha ignorância não sabia que ficava na Basílica de São Pedro). Ali compreendi que maternidade é um chamado, não só do relógio biológico, mas da alma. Quando minha mãe falava que me criava para o mundo, eu achava a maior graça e ria... mas a beleza da maternidade está exatamente nisso: na renúncia, na capacidade de criar, educar, instruir, amar mais do que tudo uma vida, sabendo que ela vai tornar-se independente, vai fazer as próprias escolhas, vai seguir um caminho só dela, que nem sempre é aquele que estava no script original. Olhando para Pietá, senti um amor profundo por todas as mães (que deve emanar dela, porque nem sei se sou capaz de amar assim). Sempre digo "eu te amo"para minha mãe, mas não posso perder a oportunidade de dizer novamente aqui no blog, até porque ninguém fica mais empolgada que ela com esses posts (muito engraçado!!): mãe, vc não existe!!! Te amo muito!!! Obrigada por todas as renúncias, por tudo, sempre!!!

Para celebrar o dia das mães escolhi compartilhar um texto da Lya Luft, uma de minhas autoras favoritas.  Divirtam-se!

A canção de qualquer mãe
"Filhos, vocês terão sempre me dado muito mais do que esperei
ou mereci ou imaginei ter"
Que nossa vida, meus filhos, tecida de encontros e desencontros, como a de todo mundo, tenha por baixo um rio de águas generosas, um entendimento acima das palavras e um afeto além dos gestos – algo que só pode nascer entre nós. Que quando eu me aproxime, meu filho, você não se encolha nem um milímetro com medo de voltar a ser menino, você que já é um homem. Que quando eu a olhe, minha filha, você não se sinta criticada ou avaliada, mas simplesmente adorada, como desde o primeiro instante. 

Que, quando se lembrarem de sua infância, não recordem os dias difíceis (vocês nem sabiam), o trabalho cansativo, a saúde não tão boa, o casamento numa pequena ou grande crise, os nervos à flor da pele – aqueles dias em que, até hoje arrependida, dei um tapa que ainda agora dói em mim, ou disse uma palavra injusta. Lembrem-se dos deliciosos momentos em família, das risadas, das histórias na hora de dormir, do bolo que embatumou, mas que vocês, pequenos, comeram dizendo que estava maravilhoso. Que pensando em sua adolescência não recordem minhas distrações, minhas imperfeições e impropriedades, mas as caminhadas pela praia, o sorvete na esquina, a lição de casa na mesa de jantar, a sensação de aconchego, sentados na sala cada um com sua ocupação.
Que quando precisarem de mim, meus filhos, vocês nunca hesitem em chamar: mãe! Seja para prender um botão de camisa, ficar com uma criança, segurar a mão, tentar fazer baixar a febre, socorrer com qualquer tipo de recurso, ou apenas escutar alguma queixa ou preocupação. Não é preciso constrangerem-se de ser filhos querendo mãe, só porque vocês também já estão grisalhos, ou com filhos crescidos, com suas alegrias e dores, como eu tenho e tive as minhas. Que, independendo da hora e do lugar, a gente se sinta bem pensando no outro. Que essa consciência faça expandir-se a vida e o coração, na certeza de que aquela pessoa, seja onde for, vai saber entender; o que não entender vai absorver; e o que não absorver vai enfeitar e tornar bom.
Que quando nos afastarmos isso seja sem dilaceramento, ainda que com passageira tristeza, porque todos devem seguir seu caminho, mesmo que isso signifique alguma distância: e que todo reencontro seja de grandes abraços e boas risadas. Esse é um tipo de amor que independe de presença e tempo. Que quando estivermos juntos vocês encarem com algum bom humor e muita naturalidade se houver raízes grisalhas no meu cabelo, se eu começar a repetir histórias, e se tantas vezes só de olhar para vocês meus olhos se encherem de lágrimas: serão apenas de alegria porque vocês estão aí. Que quando pareço mais cansada vocês não tenham receio de que eu precise de mais ajuda do que vocês podem me dar: provavelmente não precisarei de mais apoio do que do seu carinho, da sua atenção natural e jamais forçada. E, se precisar de mais que isso, não se culpem se por vezes for difícil, ou trabalhoso ou tedioso, se lhes causar susto ou dor: as coisas são assim. Que, se um dia eu começar a me confundir, esse eventual efeito de um longo tempo de vida não os assuste: tentem entrar no meu novo mundo, sem drama nem culpa, mesmo quando se impacientarem. Toda a transformação do nascimento à morte é um dom da natureza, e uma forma de crescimento.
Que em qualquer momento, meus filhos, sendo eu qualquer mãe, de qualquer raça, credo, idade ou instrução, vocês possam perceber em mim, ainda que numa cintilação breve, a inapagável sensação de quando vocês foram colocados pela primeira vez nos meus braços: misto de susto, plenitude e ternura, maior e mais importante do que todas as glórias da arte e da ciência, mais sério do que as tentativas dos filósofos de explicar os enigmas da existência. A sensação que vinha do seu cheiro, da sua pele, de seu rostinho, e da consciência de que ali havia, a partir de mim e desse amor, uma nova pessoa, com seu destino e sua vida, nesta bela e complicada terra. E assim sendo, meus filhos, vocês terão sempre me dado muito mais do que esperei ou mereci ou imaginei ter.
Coluna de Lya Luft na Revista Veja, Edição 2164, (12/05/2010).

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Novidade italiana!!



Não é de hoje que os italianos fazem o maior sucesso por aqui! Quem não se arrisca a desafinar ao som de Eros Ramazzotti, Lucio Battisti, Laura Pausini, Alex Britti (ai, esse é meu favorito!!! suspiros...)?! Agora, as românticas de plantão podem mergulhar na leitura de um autor italiano ainda pouco conhecido no mercado literário brasileiro: Frederico Moccia. Seu primeiro livro, intitulado: “ Três metros acima do céu” (já editado no Brasil pela Rocco), depois de inúmeras negativas de editoras italianas foi lançado de forma independente na Itália e acabou sendo o maior sucesso!!! Na terra de Michelangelo seus livros estão vendendo tanto que viraram filmes e inspiram legiões de fãns apaixonados a viverem suas cenas na vida real... Os vários cadeados pendurados na Ponte Milvio, em Roma, (acredite se puder) podem ser atribuídos a uma situação narrada em seu livro, copiada por casais apaixonadíssimos. Sabe como é, romance, na Itália, tem que ser dramático! Não conto a história do cadeado de propósito...curiosidade mata, melhor ler, hein?! Bom, eu li este primeiro livro em português e trouxe os outros da minha viagem à Itália no ano passado. Como minha leitura em italiano é mais lenta (confesso que não me dediquei tanto quanto gostaria às aulas do idioma), só deu tempo de ler mais um: “Scusa, ma ti chiamo amore”. Olha a ironia do destino: quando terminei de ler descobri que já foi traduzido para o português por outra editora, a Planeta do Brasil... Achei que era um sinal: esse seria meu primeiro post aqui no Blog! O livro é um romance leve, entre um publicitário de 37 anos, sem ideias, e uma adolescente de 18 anos, com ideias de sobra!! Muito divertido, de fácil leitura, com um cenário maravilhoso: Roma! Quem já esteve lá, ao ler, vai revisitar lugares deliciosos, como o Café Sant' Eustachio, a sorveteria Alaska, além dos tradicionais pontos turísticos, como a famosa fontana di Trevi, locais pelos quais os personagens nos levam pela mão, como quem vai ali na esquina... Quem ainda não esteve na cidade não pode perder a oportunidade de visualizá-la nas páginas deste jovem autor! Entre muitas coisas que me impressionaram positivamente neste livro destaco a noção de felicidade que ele tenta transmitir de um ponto de vista bem despretensioso, sem encarar ela como uma meta a ser atingida, mas um estilo de vida, algo que se constrói no dia-a-dia, seja no casamento ou na vida profissional… Aquela visão de felicidade no estilo comercial de margarina só nos faz cada vez mais frustrados, como o coelho correndo atrás da cenoura pendurada a sua frente, por isso, fico feliz quando leio qualquer coisa que dissemine uma ideia mais realista sobre a vida, sem perder o bom humor. A grande novidade é que a Planeta do Brasil acaba de lançar por aqui a continuação da história de Niki e Alex, que recebeu o título: “Desculpa, quero me casar contigo”. Vamos combinar, o nosso idioma nāo favoreceu o autor... esse título ficou meio esquisito, também achei, mas gostei tanto dos anteriores que estou louca para terminar de ler o próximo! O único problema é que estou lendo em italiano, então, por mais que eu queira comentar, isso pode demorar um pouco....rsrsrsrsrs. Neste livro, ele aborda temas mais relacionados à vida conjugal, desta vez, questionando se entre 4 paredes existe mesmo aquele "felizes para sempre" ou se a tal crise dos sete anos chega mais dia menos dia… (que medo, ainda estou nos quatro aninhos de casada!). Quem sabe falo deste livro em um próximo post??

E vc, já leu alguma coisa deste autor? Recomenda algum livro legal de outro autor italiano?? Comenta aí...

Arrivederci!!

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Meus primeiros lidos!

Na vida, toda primeira vez acaba gerando um friozinho na barriga... mas para ser sincera, adoro isso! Não sei bem em que ponto da minha infância decidi pegar um livro para realmente ler, mas me lembro de ser muito pequena quando ouvi minhas primeiras histórias, assim entre uma colher e outra de feijāo, numa cozinha amarela e azul da casa da minha avó Dulce, na Rua Fausto Barreto, em Sāo Cristovāo, no Rio de Janeiro. Era ela a narradora de minhas primeiras aventuras, como chapeuzinho vermelho, como a menina que buscava a māe mais bonita do mundo ou Dona baratinha...com seu dinheiro na caixinha! Nas histórias de vovó viajei pelo mundo do faz de conta como se eu fosse a personagem principal de um roteiro com final feliz... e na busca de novas e belas aventuras, como as que ela me fazia imaginar, foi que me descobri leitora! Folheando os livros da minha mãe, lembro de pensar: "de onde saem todas as coisas??" Os volumes sempre pareciam se multiplicar e ela nunca terminava de ler...eu ficava curiosa. De repente, nāo mais que de repente, decidi juntar-me a ela na livraria (onde descobri que brotava esse tal livro): aí, rapidamente virou vício... sem me dar conta, já estava lendo Ana Maria Machado, Ruth Rocha, Ziraldo, mais tarde, li Machado de Assis, na escola, e me perguntava pra que estudar matemática para a prova de hoje se posso adiantar a leitura do livro do próximo semestre?! hahahahaha.... Logo, logo, até romances de jornaleiro da Nova Cultural eu leria!! Bem mais tarde, descobri que poderia ler até o que era enviado do além... foi quando descobri os livros de Chico Xavier... e por aí vou eu, lendo de tudo sem preconceito, apenas no afã de ser novamente a personagem do inimaginável, mergulhando num mundo que só eu posso construir porque, no fim das contas, cada leitor é autor de sua própria versão da história! E é justamente por isso que ler é tão legal!! Este blog é um espaço em que eu pretendo comentar minhas aventuras... o que leio a cada semana, minhas opiniōes e sentimentos sobre o tema, enfim, um lugar onde posso escrever sobre o que li e dividir com outros apaixonados a maravilhosa experiência da leitura! Por isso mesmo, ele é dedicado às duas mulheres que inspiram todos os meus escritos e lidos: Dulce (in memoriam) e Rosane (minha mãezona, co-blogueira de plantão, assessora para comentários sobre livros espíritas e outros assuntos femininos...). Quem sabe não existe mais alguém, por aí, querendo fazer parte deste blog... é só ler e comentar!!! Vamos começar?