quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

"Um Dia"!


Em tempos de repouso, considerando que a leitura sempre foi meu passatempo preferido, nada melhor do que ler tudo que vem pela frente e só sair de casa para buscar mais suprimentos na livraria mais próxima de casa... Há algum tempo vinha namorando um romance chamado “Um dia”, do David Nicholls, que deu origem ao filme de mesmo título lançado recentemente nos cinemas, com a Anne Hathaway (que, by the way, eu adoro).
Ele me chamou atenção por se tratar de um romance narrado pelo próprio casal que se conhece na festa de formatura e meio que encontram um meio de manter-se sempre juntos, mesmo estando separados, sob o manto de uma amizade incondicional.
Tem momentos muito engraçados, já que a narrativa tem lugar em Londres e acompanha o período de amadurecimento de ambos, mais ou menos dos 20 aos 40 anos, quando todo mundo parece se dividir entre a confusão amorosa e a busca de um rumo na vida profissional, o que quase sempre esbarra em muitos enganos, alguns fracassos e desencontros.
O lado cômico, porém, não é o mais interessante, pelo menos para mim...
Gostei mesmo foi de ficar pensando como toda a nossa história pode ser determinada por um encontro, uma pessoa, um dia...e como tudo seria diferente caso aquele evento jamais tivesse ocorrido.
O livro imediatamente me fez pensar na minha própria formatura, quando já namorava o André (que recebeu seu diploma na mesma ocasião) e sentia que nada era tão definitivo e que mil coisas poderiam influenciar nossas vidas e levá-las para lugares diferentes.
A trajetória destes personagens me lembrou tudo que poderia ter nos afastado, mas também me fez pensar como nossa união foi determinante para minha felicidade atual. Hoje, acho que o dia em que nos conhecemos foi determinante para uma série de outras escolhas que viriam em seguida, mesmo que eu nem pensasse, na época, no quanto as opiniões dele e a vontade de estarmos juntos pesava em minha balança.
Claro, todo relacionamento tem sua cota emocional, racional e, creio eu, um certo “escrito nas estrelas”, mas até que ponto nos deixamos levar por cada uma dessas facetas? O que mantém duas vidas entrelaçadas por décadas não é só amor, nem só o comodismo, por que tem que haver algo mais, algo de divertido, de novo, de gostoso na companhia do outro, mesmo no silêncio do domingo de manhã.
A relação de amizade entre os personagens, muito mais do que uma louca paixão, faz com que eles permaneçam um na vida do outro, até nas fases de muita turbulência, porque sentem que podem dividir qualquer coisa, que o outro sempre terá uma visão menos crítica da situação e a capacidade de encontrar uma forma fazê-lo rir de si mesmo.
Adorei ter lido este livro que me fez pensar em tantos momentos inesquecíveis sem os quais a minha vida teria tomado outros rumos...
O livro começa com uma citação de Dickens que eu não conhecia, retirada de “Grandes Esperanças”:

“Foi um dia memorável, pois operou grandes mudanças em mim. Mas isso se dá com qualquer vida. Imagine um dia especial na sua vida e pense como teria sido seu percurso sem ele. Faça uma pausa, você que está lendo, e pense na grande corrente de ferro, de ouro, de espinhos ou flores que jamais o teria prendido não fosse o encadeamento do primeiro elo em um dia memorável”.

Neste natal, que tal pensar nestes dias memoráveis e agradecer pelo que fizeram da nossa vida? Por tudo que nos tornamos? Que tal???

Bjs!

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